quinta-feira, 26 de maio de 2011

São luis: Câmara Municipal só vai debater a greve na próxima semana


Em uma sessão mais curta, o grande debate ontem na Câmara Municipal girou em torno da greve dos rodoviários, que chega hoje ao quarto dia. Houve uma discussão ríspida entre os vereadores Ivaldo Rodrigues (PDT) e Rose Sales (PCdoB) a atuação da prefeitura na condução da greve. Os vereadores enviaram um ofício ao presidente do Sindicato dos Rodoviários, Dorival Silva, para debater como foi realizada esta greve e alguns acusaram o SET e os rodoviários de estar retaliando a licitação para contratar novas empresas.

A sessão de ontem durou apenas cerca de 1h30 e não houve nem pequeno nem grande expediente, pois os vereadores se reuniram após a sessão para debater a audiência com secretários municipais para debater o IPTU e a greve dos rodoviários.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários foi convidado para falar sobre a greve no dia 02 de junho, apesar do movimento ter sido anunciado com antecedência e ser de conhecimento até dos centenários casarões da Praia Grande, onde fica a sede da Câmara Municipal O autor do convite é o vereador Josué Pinheiro (PSDC), que atualmente preside a Comissão de Transportes da Casa. A comissão de transportes da Câmara era presidida pelo vereador Astro de Ogum (PMN), que está licenciado para tratamento de saúde. Com a ausência de Astro, os outros membros da comissão ainda estão se reestruturando. Além de Josué Pinheiro, fazem parte da comissão Vieira Lima (PPS) e Armando Costa (PSDC).

Ivaldo Rodrigues (PDT) também afirmou que o papel da Câmara nesta greve é limitado, mas que o acompanhamento é constante. “A Câmara e a prefeitura podem fazer muito pouco com relação a isto. Estamos acompanhando. Este processo está sendo conduzido pela Justiça do Trabalho”.

Alguns vereadores levantaram a hipótese de a greve dos rodoviários estaria ligada ao processo de licitação para contratar novas empresas de ônibus anunciado pela prefeitura de São Luís. “Isto surgiu quando o executivo colocou na rua a licitação para novas empresas do transporte coletivo. Tem alguma coisa por traz disso”, afirmou o vereador Josué Pinheiro, que deixou clara que este não era posicionamento da Câmara, mas um pensamento seu.

O vereador Ivaldo Rodrigues  alegou que após o anúncio de que uma licitação estava sendo preparada pela prefeitura a greve foi estabelecida. Para o vereador, o movimento é uma articulação dos empresários em consonância com os rodoviários para reprimir a abertura da concorrência no setor. “Não sabemos quem está ganhando com isto. Parece que existe um pacto entre os rodoviários e a classe patronal. Desde que anunciamos que a prefeitura irá elaborar a licitação do transporte público, imediatamente fizeram greve. Tem algo de obscuro nisso. Devemos averiguar na audiência que será realizada aqui na Casa”, afirmou.

Na semana passada, o prefeito de São Luís anunciou a criação de uma comissão que fará o estudo para elaborar o edital de Licitação para novas empresas explorarem o Transporte coletivo da capital. Assim que elaborado o edital, poderão concorrer empresas de todo o País, desde que atendam aos rigorosos critérios estabelecidos no edital.

Outro lado

O presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Público de São Luís (SET), José Claudio Siqueira, afirmou que não em cabimento as insinuações dos vereadores. Ele declarou que o SET é favorável á licitação. “Somos totalmente a favor da licitação. A comissão irá trazer mais direitos e deveres às empresas. Haverá um termo de responsabilidade e um equilíbrio mais justo da divisão das linhas. Novas empresas não prejudicarão as atuais, mas ao contrário, ajudarão. Acredito é que do jeito que está e a baixa lucratividade, poucas empresas se interessem e participar da licitação”.

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