O impasse já dura mais de 10 anos na Praia do Araçagy. A antiga discussão entre os donos de bares localizados na orla e a Gerência Regional de Patrimônio da União (GPU) ainda rende debates até hoje, e nenhum posicionamento foi tomado. Enquanto isso, quem precisa do ponto realiza manifestos e movimentos para ter o direito de manter o ponto comercial na ativa. A prefeitura de São José de Ribamar, responsável pela área, analisa meios de urbanizar o trecho, em parceria com outros órgãos, também sendo favorável a retirada dos bares. Já a superintendência do GPU não se manifestou sobre o caso, alegando que o superintendente Jorge Luís Pinto estaria viajando para Brasília, sendo ele a única pessoa autorizada para falar sobre o assunto.
Apesar dos barraqueiros continuarem a rotina de trabalho, extraindo o dinheiro do comércio, uma decisão judicial foi expedida em 2005 solicitando a retirada de todos os barraqueiros, mas uma ação movida pelos deputados na época, requerendo a justiça e a Procuradoria do Estado, acabou a ampliando o prazo para a retirada das barracas da praia do Araçagy.
Nesse mesmo período, a solicitação da retirada havia partido dos representantes oficiais do governo do Estado, da prefeitura de São José de Ribamar, da Raposa, de Paço do Lumiar, e São Luís.
A decisão foi interpretada em razão da antiga e atual situação do local que, segundo a justiça, apresenta incompatibilidade com o equilíbrio ambiental. Em 2005 os deputados pediam um prazo mais elástico para que fossem elaborados os projetos técnicos, o levantamento dos recursos e, por fim, iniciar as construções. Entretanto, por outro lado, os deputados demonstraram apoio à eliminação das barracas, desde que com um aviso prévio aos barraqueiros, devido à falta de condições de higienização de algumas improvisadas. Nas barracas não existem banheiros e estacionamentos apropriados.
De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura de São José de Ribamar, apesar de ainda não ter um projeto de urbanização para área do Araçagy, a prefeitura se disponibiliza contribuir para a revitalização do espaço. Entretanto, uma reunião, sem data prevista, deverá ocorrer para discutir sobre o assunto junto à comunidade. Independente dessa reunião com o prefeito, a Associação dos Amigos e Donos de Bares do Araçagy está realizando um encontro para discutir alguns posicionamentos às 19h de hoje.
A equipe de reportagem de O Imparcial entrou em contato com a secretária da Superintendência da Gerência Regional de Patrimônio da União para falar com o superintendente do órgão, Jorge Luis Pinto, mas fomos informados que o mesmo estava viajando e que ninguém estaria autorizado a falar sobre o assunto, durante a ausência do titular.
Invasão da orla
Um pequeno córrego de água salgada divide a área de Paço do Lumiar, da área de São José de Ribamar. A delimitação já causa transtorno não pelo terreno, mas sim pelas barracas que estão e foram construídas na área conhecida como Praia do Olho do Porco. A simplicidade é pública e notória dessas barracas. A falta de higienização também. Entretanto, o diferencial destas é que na maioria das vezes, elas funcionam apenas no final de semana.
Segundo informações de quem se considera barraqueiro oficial, do lado da Praia do Olho do Porco, os comerciantes não pagam contas de água e nem de energia. Tudo trata-se de "gambiarras" realizadas para manter o bar funcionando e a clientela consumindo cada vez mais os produtos.
Denúncia
De acordo com denunciantes, o local conhecido como Olho do Porco é utilizado como casas de prostituição. Segundo relatos dos barraqueiros, muitas veranistas vêm com a intenção de se esconder em um local mais deserto, e acabam também contribuindo para a poluição da natureza como o descarregamento de garrafas de vidro, como de wisky, vodka, além das carteiras de cigarros.
Fonte:O Imparcial
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